segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A mudança de paradigma na comunicação

A mudança de paradigma na comunicação

Falar é uma necessidade, escutar é uma arte.
                                                          Goethe, Johann

O modelo Ver-Falar-Comportar-se utilizado por Stephen M. R. Covey em seu livro A Velocidade da Confiança, discute comportamentos e a comunicação relacionados a liderança.

Ao explicar o modelo, o escritor define cada etapa da seguinte maneira:

Ver - Mudança de Paradigma
Falar - Mudança de Linguagem
Comportar-se - Mudança de comportamento

Essas dimensões possuem correlação, sempre que uma delas é impactada as outras sofrem influência em algum grau. A confiança é estabelecida quando os comportamentos e linguagem estão alinhados.

O impacto de uma mudança na linguagem pode trazer uma nova visão a respeito de como enxergamos os outros e o mundo a nossa volta.

Conta certa história que um pregador entusiasmado falava em praça pública a um grande número de ouvintes.  Como muitas vezes acontece, um escarnecedor interrompeu-o dizendo:

-       Pregador, o seu Deus pode fazer tanta coisa como você esta dizendo,  mas não pode  mudar a roupa desse mendigo que está ao seu lado.

O pregador, sem se perturbar, respondeu:

-       Realmente, Nisso o senhor tem razão.  Deus não vai mudar a roupa desse mendigo ao meu lado,  mas Deus pode mudar o mendigo que está dentro dessa roupa.



Mudar não é fácil, as vezes nem mesmo temos a consciência da necessidade da mudança.  Uma maneira de fazer isso é, perguntar as pessoas que se importam conosco sobre que sinais estamos emitindo no processo da comunicação ou  ainda avaliar os resultados que temos colhido. 

Temos a tendência de usar estratégias que deram certo.  Isso começa na mais tenra idade, alguns utilizam o choro, a birra, a teimosia, a insistência, os gritos ou o silêncio.  Ao fazer isso ao longo de muitos anos, não percebemos nossos comportamentos e os repetimos constantemente.

A primeira coisa a fazer é estar atento ao nosso comportamento e se mostrar disposto a mudar.  No livro Conversas Cruciais, os autores sugerem que estejamos atentos as estratégias que usamos.  As pessoas tendem a não se sentir seguras, quando não há fluxo livre de informações, isso acontece quando tentamos impor nossas ideias.  Geralmente as reações estão dentro de uma das estratégias citadas.  Olhe para o resultado de  suas experiências  recentes de comunicação em bate papos informais ou em reuniões formais. Será que há um padrão? A insegurança na conversa  tende a nos deixar totalmente cegos `a solução.  O caminho é reprogramar o cérebro, fazemos isso ao nos colocarmos em posição de questionar nossa percepção sobre nossos motivos verdadeiros.  O que pode ser feito então? Segundo os escritores Joseph Grenny, Ron Mcmillan, do livro Conversas Cruciais, alguns dos possíveis caminhos, são:

-       Aprenda a ver o conteúdo e as condições
-       Procure o momento em que a situação se torna decisiva
-       Aprenda a observar problemas de segurança
-       Olhe para ver se os outros estão buscando estratégias de silêncio ou agressividade
-       Procure explosões do seu estilo sob estresse.


Comunicar-se eficazmente é uma questão importante no meio profissional, precisamos identificar quais são os motivadores, desejos e necessidades dos envolvidos e de que maneira nos comportaremos e passaremos a mensagem.  A comunicação pode ser feita de mais de uma maneira, através de gestos, imagens, oral, escrita e pela mídia em suas diferentes formas.   Nos comunicamos basicamente a maior parte do tempo de forma escrita e oral, quando desejamos rapidez, a forma oral sempre será mais eficaz, a escrita formaliza a informação.  Seu objetivo na comunicação poderá determinar a melhor maneira, tenha sempre em mente qual o conteúdo será abordado.

Algumas vezes criamos barreiras imaginarias e agimos como se fossem verdades absolutas, é preciso superá-las.  Precisamos esclarecer nossos objetivos, ser diretos e algumas vezes ser breves em nossas colocações, certificando-se que a mensagem está sendo entendida.



Que comportamentos poderão nos ajudar no processo da comunicação eficaz?

Vejamos alguns deles:

-       Procure evitar interromper a pessoa que estiver falando;
-       Mostre sincero interesse pelo outro e pelo assunto;
-       Evite emitir juízo antes de compreender claramente;
-       Acredite no que está sendo compartilhado, até que lhe seja provado o contrário;
-       Procure manter-se atento a maior parte do tempo possível;
-       Pergunte apenas para se certificar e esclarecer o que estiver ouvindo;

O processo de comunicação eficaz pode parecer trabalhoso, mas pense: O que posso ganhar se conseguir me fazer entender?  Como posso mostrar interesse verdadeiro no outro? Como posso melhorar minhas habilidades de comunicação? O que eu não tenho feito, e se fizesse mudaria os meus resultados?

Boa reflexão!









            
















sexta-feira, 10 de julho de 2015

O Poder da Comunicação


O Poder da Comunicação

Quando um líder conquista a confiança de seus liderados, o que ele pede soa como uma ordem, o que ele diz soa como regra. – João Palmeira

Durante os últimos 10 anos eu tenho discutido em diferentes classes e com diferentes pessoas o poder da palavra.

  Algumas pessoas acreditam piamente, no poder da palavra, portanto cuidam de falar sempre algo bom, mesmo quando a situação não é boa.

Michael Abrashoff, no livro “Este Barco Também é Seu”, conta que em 1996 quando havia riscos da China lançar mísseis sobre Taiwan, 02 grupos de batalha de porta-aviões foram enviados à região. Naquele momento o secretário William Perry, foi questionado sobre a ação e respondeu: “Temos a melhor Marinha de guerra do mundo”.

Abrashoff, refletindo sobre essas palavras, decidiu que o barco que comandava o USS Benfold, se tornaria o melhor da frota. Passou a orientar aos seus comandados, que dali em diante recebessem os visitantes à bordo sorrindo e lhes dissessem:

- Bem vindo ao melhor navio de guerra da Marinha!

Quando ficavam ao lado de outro navio, ligavam o sistema de alto-falantes e transmitiam uma saudação do melhor navio de guerra da Marinha. Ele via esta saudação como algo sentimental, mesmo que não fosse naquele momento o melhor, certamente estava caminhando nessa direção. Tinham também um ditado no navio:
“O sol sempre brilha no Benfold”. As pessoas começaram a acreditar nisso.

Ao receber o comando do navio, o USS Benfold era considerado o pior navio da frota em prontidão para combate. A rotatividade era alta, o ambiente ruim e o ciclo de preparo para guerra, era demorado.

Em 18 meses de comando, o USS, Benfold saiu da condição de patinho feio, para ser reconhecido como o melhor navio da frota, sendo agraciado com o Troféu Spokane.

A liderança exige uma comunicação sem ruídos. Devemos comunicar com clareza nossa intenção e nossos objetivos, de forma que qualquer um em nossa equipe possa ser interpelado, e esteja pronto para responder com prontidão e clareza para onde estamos indo, o que é esperado dele e quais são as metas e objetivos da organização. O processo de comunicação é uma habilidade, podemos desenvolve-la com a prática.  O escritor e amigo, Reinaldo Passadori em seu livro: Comunicação Essencial, sugere algumas premissas fundamentais relacionadas `a comunicação verbal, são elas:

  • Não somos valorizados pelo que sabemos, mas pelo que fazemos com o que sabemos.
  • Ninguém nasceu sabendo falar, muito menos fazendo discursos maravilhosos ou palestras e aulas extraordinárias. Isso se aprende.
  • Destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele que se comunica melhor.
  • Nosso sistema educacional não previlegia o desenvolvimento da habilidade da comunicação verbal nem simples leituras teatralizadas, muito menos técnicas mais sofisticadas, tais como exercícios de empatia, retórica ou eloquencia.
  • Todas as pessoas podem aprender técnicas e desenvolver habilidades de comunicação verbal sem, necessariamente, ter um dom especial para isso.
  • A efetiva comunicação pressupõe um ato de consideração para com o outro.
  • Do mesmo modo que filtramos e interpretamos tudo o que nos chega por meio dos sentidos, também as outras pessoas fazem isso.  A consciência desse mechanism aumenta a responsabilidade de quem deseja, de fato, comunicar-se.
  • No mundo dos negócios e das organizações, procuram-se profissionais cada vez mais completos e capazes.  Uma das principais competências exigidas é a de se comunicar bem com outras pessoas.
  • Dois apectos são fundamentais no processo de comunicação: o primeito é o que falar e o segundo  é como falar. De nada adianta possuir um rico conteúdo, mas expressá-lo de forma inadequada. O contrário também é verdadeiro.


Na última decada tenho discutido com alunos, participantes de cursos e amigos os desafios da comunicação.  Não é dada a devida importância a essa habilidade, mas ao mesmo tempo as interações exigem cada vez maior expertise neste processo. 

As escolas nos ensinam a ler e a escrever, no entanto, deveriam  nos ensinar a falar e a escutar com o mesmo empenho.

A comunicação no seu ambiente de trabalho tem sido clara e assertiva? Você se certifica de que as pessoas entenderam, quando você procura transmitir uma mensagem? De que maneira você acredita que é visto por seus liderados? Você é um líder, ou está sendo apenas um outro chefe?  Você acredita no que diz? Você vive o que prega?



Boa reflexão!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Os benefícios da Paixão na vida e nos negócios


                                    Os benefícios da Paixão na vida e nos negócios

“Só as grandes paixões, podem elevar a alma a grandiosidade” – Denis Diderot

Estar apaixonado por algo ou alguém muda nossa visão de curto, médio e longo prazo, tudo parece diferente e melhor.  Desafios tornam-se menores do que realmente são, soluções são buscadas com maior afinco e a dedicação `a execução de qualquer tarefa, torna-se menos desgastante e enfadonha.

No estudo “The nature and experience of entrepreneurial passion”, Melissa Cardon e seus colegas pesquisadores, identificaram a importância da paixão no cumprimento de um objetivo.  De acordo com esse estudo, “A paixão empresarial catalisa experiências emocionais completas, incluindo o engajamento do cérebro e as reações do corpo”.  A paixão pode ser identificada em diferentes áreas: no desejo físico, no interesse emocional entre outras áreas. Mas Cardon conduziu seu estudo tendo em mente uma definição aceita no meio acadêmico: “Um intenso sentimento positivo por algo de extrema importância para você, como individuo”.

A paixão cria conexão entre o individuo e o que ele faz e como consequência pode influenciar grandemente o meio. Torna o líder mais dedicado, criativo, persuasivo, influenciando sua organização de forma a executar atividades com altos níveis de desempenho.

Em um experimento conduzido e publicado no Journal of Business Venturing em setembro de 2012, por Cheryl Mitteness e Richard  Sudek, das universidades Northeastern e Chapman, constatou o papel da paixão no processo decisório. Identificaram que a maioria dos empreendimentos jamais teriam saído do papel se não fosse por lideres carismáticos e totalmente apaixonados, o que ajudou grandemente na apresentação de um bom plano de negócios. A discussão demonstrou que a paixão não é o único fator critico para que investidores se comprometessem com novas ideias, mas com certeza afetou a decisão final. Utilizaram como exemplos Steve Wozniak, Sergey Brin, Larry Page entre outros.

Entre 2006 e 2010, 64 investidores-anjo analisaram 241 empresas, entre elas foram financiadas 41 empresas em 16 categorias.  Foi solicitado aos investidores que  usando uma escala de 5 pontos pudessem avaliar sob a ótica de 13 critérios, o potencial dos empreendedores e o peso de sua decisão final.  Os três critérios mais importantes foram: 1. Oportunidade, 2. O individuo (conduta, conhecimento, comportamento, etc...), 3. A paixão ( entusiasmo, empolgação).  A constatação foi a possibilidade de influenciar fortemente o meio, por intermédio da paixão por uma ideia.

Como lideres a paixão pode nos transformar e ajudar na transformação uma equipe, um departamento, toda uma organização em prol de um ideal. E na vida pessoal? Bem na vida pessoal... Na vida pessoal, sabemos como acontece.  A paixão dá um colorido todo especial ao entorno, nos faz ver características invisíveis a outros olhos. Minha trisavó utilizava um adagio popular: “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. Pode parecer engraçado, mas é real.

O bom da paixão é que em qualquer caso, ela pode se transformar em amor. Amor pelo que se faz, amor por quem se conhece, nestes casos, o que poderia ter tempo determinado passa ao não ter fim.  Camões estava corretíssimo ao escrever:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

Quando esta transformação ocorre, o tempo para, os segundos podem se tornar uma eternidade. E nesse caso desejamos que esses momentos não tenham fim.  Provavelmente você já experimentou este sentimento ao menos uma vez na vida. 

Alguém apaixonado por algo, já o influenciou? O que realmente faz  de você uma pessoa apaixonada? Que paixões você gostaria de viver? Como a paixão já influenciou sua maneira de perceber o que lhe acontece? Você atualmente está apaixonado?


Boa reflexão!