sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quem sou eu...quem é você?



Quem sou eu...quem é você?

Recentemente li em um jornal de grande circulação, a menção sobre um artigo de Jon  Henley do “Guardian”, que tratava de ética no Everest.

Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter. A primeira é a que serviu de base para a tradução latina moral enquanto que a segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra Ética.  Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. (Moore GE. Princípios Éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975:4)

Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. (Wikpedia).

Ao descrever os acontecimentos, o artigo de Henley mencionou a experiência de uma mulher chamada Leanna Shuttleworth de 19 anos e seu pai Mark.  Ambos passaram rumo ao pico do Everest por um homem que levantou o braço e abriu os olhos enquanto estava caído e precisando de ajuda.  Segundo ela, ele estava “quase morto”.  Ao voltar, ela disse: -“Ele estava morto”.  O guia que estava com eles ainda conseguiu salvar uma das pessoas que encontraram pelo caminho. 

Em 2006, um grupo de 40 alpinistas também passou por um homem que precisava de ajuda e nada fizeram, e ele acabou morrendo.

Tenho ensinado sobre um outro caso em que um homem chamado Beck Weathers, que depois de ficar 18 horas inconsciente, e de ter sido visto por dois alpinistas que também não pararam para ajudá-lo, conseguiu se levantar sem auxílio e caminhou até encontrar ajuda.  Ele sobreviveu.

O que me perguntei ao ler sobre a experiência dos  Shuttleworth e de Weathers, foi: Se estivesse com um de meus 4 filhos ou mesmo só, seria capaz de ver alguém morrendo e ficar indiferente?  Recentemente, levantei esta questão entre alguns alunos e ouvi respostas das mais variadas.  Refletimos sobre nosso comportamento.

Quando estamos apressados e nos deparamos com um pedinte ou com crianças e adultos que estão deitados no chão frio, adormecidos pelo cansaço e pela fome, no centro da cidade, o que fazemos `a respeito? O mesmo que os Shuttleworth? Ou paramos e de alguma forma tentamos amenizar a sua dor?  Existe diferença entre a necessidade de ajuda no Everest e no centro da cidade? Deveria haver? As respostas para estas “necessidades” seriam diferentes? Por que?  Albert Schweistzer, escreveu: “Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece sua compulsão para ajudar toda a vida que ele é capaz de assistir, e evita ferir toda a coisa que vive .”
Nas organizações a ética, ( com o e longo ), é altamente desejada.  Ao longo dos anos como consultor fiz um exercício em diferentes empresas, em que levantamos os valores mais desejados em um novo colaborador, ética sempre apareceu.  Apesar de desejada em muitas organizações, quando interesses pessoais são postos a prova ela é deixada de lado, vimos isso acontecer recentemente (2008, 2011 e agora), tanto no mercado financeiro, como na politica, dentro e fora do país.  Como escreveu, Leonardo Wolk : “Existe incongruência entre o dizer e o fazer.  Esta incongruência não é  apenas pessoal, é também organizacional.  Quantas empresas são congruentes com os valores que declaram?...Ironicamente, alguém disse certa vez: “ Quando as ações sobem, os valores caem...”.
Onde se enquadra a Moral? E a Ética? E eu? E você?

Boa reflexão!

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